quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Quem se atreve a me dizer do que é feito o samba?


A velha cascavel espreita os participantes do safári em busca de uma perna digna de receber seu precioso veneno. Reproduz uma velha salsa em seu chocalho. Gosta muito do swing da salsa. Faz se sentir menos... rastejante.
A velha Winchester1873 ouve e também se sente bem ao som da salsa. Enquanto é preparada para o trabalho relaxa. Sabe que logo terá que matar. Não gosta disso, mas é essa a sua essência. Olha com desdém para as outras armas menores. Sabe que algumas delas podem ser mais ágeis, às vezes até mais letais, mas não têm o mesmo charme. Thanks, Terminator. A salsa faz ela se sentir menos... letal.
O caçador ouve o chocalho da cascavel mas, coitado, não tem ritmo. Não sente a música, sente só o perigo que a cascavel representa.
A salsa cessa num instante.
A dança da morte é de uma sincronia desconcertante.
O bote da cascavel é certeiro. A panturrilha picada adormece quase que instantaneamente. As mãos não. As mãos rapidamente pegam a arma que estava caída e, com a precisão de quem já disparou tanto, acertam a cabeça da cobra. Ela agora reproduz um samba. Mas não há ninguém pra sambar. O samba agonizante de almas agora sem corpo, sem sangue, sem vida.
A velha 1873 apenas observa. Agora descansa solitária. Trabalho árduo, este de tirar vidas. Pelo menos teve um fim melhor que o do caçador e que o da cascavel. Ou não.

3 comentários:

Kelvim Vargas Inácio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Kelvim Vargas Inácio disse...

Grande texto, compadre.
Tu tens uma criatividade muito boa.
Abraço.

Flavia Melissa disse...

Vixi...
Quantos elementos presentes, todos ao mesmo tempo!

Eu não ia gostar de ser cascavel não. Aquele chocalho me dá nos nervos, eu ia cortar fora meu próprio rabo prá não ficar maluca ouvindo o barulho!

Beijos cara de cu!
hahahahaha :)