segunda-feira, 23 de junho de 2008

Rest in Peace


Quando um senão, ou até mesmo um por quê
Destila o veneno que o leva a rever
Os conceitos de “o que foi”, “o que podia ser”
Resta o gosto amargo do que faltou fazer.

E sabe que ainda não pode morrer em paz...
O coração rompe as grades ansiando por mais...

Deparamos-nos com a justa liberdade
Sadia e serena, quase necessidade.
Procuramos um guia, procuramos verdade.
Onde está? Até tenho saudades...

Do tempo em que se podia morrer em paz...
Fecho as grades, a prisão de refaz.

Solidão, sim e não
Solidão na prisão clamo por razão
As chaves onde estão? Medo e dor, união...
Onde estão os meios? Daqui só vejo os fins
Será que alguém veio? Apenas os querubins.

Como fomos passíveis de perdão?
Cromossomos. Genes de destruição.
Que a loucura nos leve à morte em paz.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Proust pergunta, eu (também) respondo

Dando seqüência à série que está percorrendo blogs parceiros:

Com qual figura histórica você mais se identifica?
Dante Alighieri.

Quem é a pessoa (viva) que você mais admira?
M. Night Shyamalan.

Qual é o seu maior medo?
Perder pessoas que amo.

Qual é a característica que você acha mais deplorável em você?
Conformismo.

Qual característica que você mais deplora nos outros?
Prepotência.

Se você pudesse mudar uma coisa em você, o que seria?
A força de vontade. Ou a falta dela.

Qual é a sua grande extravagância?
Gasto muito dinheiro com ingredientes para receitas experimentais. Quase sempre dão certo. Quase.

Em que ocasião você mente?
Quando a água bate na bunda.

O que você considera ser uma virtude fora de moda?
Paciência.
“Enquanto o tempo acelera e pede pressa, eu me recuso faço hora vou na valsa, a vida é tão rara...”
(Lenine)

O que você menos gosta na sua aparência?
Minhas estrias que, segundo meus amigos, são resultado de uma briga com uma jaguatirica. Que eu perdi, claro. A briga, não as estrias.

Que palavras ou frases você usa demais?
Palavrões. Todos eles.

O que ou quem é o grande amor da sua vida?
Minha guitarra e minha namorada. Os amigos e a família eu acho que nem preciso citar.

Qual a sua idéia de felicidade?
Consciência limpa.

Qual é a sua profissão favorita?
Músico.

Que talento você mais queria ter?
Persuasão.

Qual é o seu estado de espírito nesse momento?
Apressado.

Se você pudesse mudar uma coisa na sua família, o que seria?
A condição financeira.

O que você considera a sua maior conquista?
As músicas que tenho gravadas com minha ex-banda, os Hudsons.

Se você morresse e voltasse como uma pessoa ou coisa, o que você gostaria de ser?
Poeta.

O que você tem de mais precioso (material)?
Minha guitarra.

Quais são os seus nomes favoritos?
Jürgen.

O que você considera o fundo do poço da miséria humana?
A sede de sangue.

Onde você gostaria de viver?
Floripa. Simples.

Qual é a sua característica mais marcante?
Bom humor.

Qual é a qualidade que você mais aprecia num(a) homem(mulher)?
Fidelidade e bom humor. Nessa ordem.

O que você acha mais importante num amigo?
Inteligência e senso de humor.

Quem são os seus escritores favoritos?
Dante Alighieri, Kafka.

Qual é o seu super-herói preferido?
Chapolin Colorado.

Quem são seus heróis na vida real?
Humberto Gessinger.

O que você menos gosta?
Música ruim.

Qual é o seu maior arrependimento?
Besteiras que quase me fizeram perder o amor da minha vida.

Como você quer morrer?
Jogando futebol.

Qual é o seu lema?
Live and let live.

terça-feira, 3 de junho de 2008

A essência dO Essencial


A edição deste mês da revista Super Interessante trás uma pequena matéria a respeito de uma pesquisa feita pelo americano (ou estadosunidense, para os amigos cri-cris) Steve Wells, que vasculhou a Bíblia computando as mortes lá atribuídas ao Diabo e as mortes atribuídas a Deus. Descartando as mortes causadas no Dilúvio (calcula-se que a população da terra na época fosse de 30 milhões de pessoas, e, tendo sido salvos apenas o Sr. e a Sra. Noé e, no máximo, uns 30 parentes – o que demonstra que Deus aprova, sim, o nepotismo – são 29.999.968 mortos), por ser apenas uma estimativa e não um número exato, Deus tem no currículo 2.270.365 mortes. Só nos relatos bíblicos. O saldo do Coisa Ruim é de apenas 10. Só os 10 filhos de Jó.
Que coisa não? Fora da bíblia o negócio já fica melhor para o Todo-poderoso, pois o Diabo equilibra as coisas: o nazismo matou cerca de 40 milhões de pessoas, e o comunismo, que também é atribuído ao Capeta (pois só ele treinaria seus súditos para comerem criancinhas), matou cerca de 100 milhões. Bom trabalho de Stalin e companhia não? A inquisição matou 9 milhões. Pra mais.
Assim sendo, o diabo tem 140 milhões e dez mortos enquanto Deus passa longe, com 41.270.333. Mas só? Como Deus é incompetente não? Daí surge um dilema: a inquisição matava em nome de Deus não? Pois é, Hitler também. Sim, pois afirmava que Deus só havia criado uma raça pura, que eram os próprios Chucrutes, e que todas as outras já eram. Então podemos também atribuir a God os 40 milhões do nazismo? Ou ao Demo os 9 da inquisição? Não sei. Só sei que de um jeito ou de outro, todas essas mortes tem um objetivo comum: livrar o mundo do mal. Pfrrr. É visível que todo combate ao mal gera outro mal, muitas vezes muito mais rigoroso e inflexível.
E as catástrofes naturais? É a Terra tentando se livrar das superpopulações e ter um pouco de espaço para ela mesma? Como dizia Raulzito “O planeta como um cachorro eu vejo, se ele já não agüenta mais as pulgas se livra delas no sacolejo”. E quem teoricamente criou a Terra? Isso. Deus. Sim, a culpa é nossa, que desmatamos, poluímos e blá blá blá, mas ele bem que poderia ter pensado nisso antes. Ou não conhece os próprios filhos? É incontável o número de mortes causadas por estas catástrofes, incluindo os pobres dinossauros.
Enfim, todos tem sua parcela de culpa nas mortes, mas o responsável por cuidar de equilibrar as coisas é Deus, então ele é o principal responsável. Claro que o fato de eu estar, neste exato momento, ouvindo Rolling Stones pode ter pesado as coisas um pouco a favor do Diabo, tornando este relato um tanto parcial.
E o número de tementes a Deus continua crescendo. Com toda a razão.