quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Roqueiros que sabem (ou tentam) sambar



Em meu último post neste blog (há mais de dois anos), discorri sobre como devemos ver a música sem preconceito, com o ouvido o mais imparcial possível, para que possamos apreciá-la em sua plenitude. Bueno.
Depois daquele texto algumas pessoas me abordaram contando suas “saídas do armário” musicais. Um admitiu que gostava de Exaltasamba e que se esbaldava num “pagodão”. Outro declarou-se um fã incondicional de Teodoro e Sampaio. Outro, Em um show com Os Chefes, reclamou que o repertório dos caras estava muito underground, cara este que era até uma referência, um espelho musical pra mim.
É lógico que o intuito principal do texto não era esse. É lógico que, admito, me decepcionei um pouco com esses camaradas que considerava a nata da “roqueirice” porra louca, alucinados de carteirinha. Mas, por que foi necessário que alguém se manifestasse primeiro para, só assim, os outros levantassem a bandeira do eu gosto e pronto?
Eu digo: a necessidade de ser aceito. Vivíamos num grupo fechado onde pagodeiro (leia-se PAGODEIRO!!!) era a pior ofensa que existia e Qualquer xingamento aos ícones do rock era uma blasfêmia (engraçado uma palavra que termina com fêmia – sei que é fêmea – ser visto como algo ruim, sei lá) punida com fogueira, maracujá Joinville e petelecos na orelha.
Às vezes é bom saber que não somos os únicos diferentes. Saber que temos defeitos, maluquices e gostos excêntricos, mas os outros também os têm. Alguns gostam de sexo com cabritos, outros de Cine. Sei lá. Mesmo internamente querendo matar esses coloridos, sei que devo respeitá-los. Não seria eu tão idiota quanto quando, na adolescência, rasgava um jeans recém comprado nos joelhos e considerava isso uma forma de rebeldia? Não seria eu o mais imbecil ao colocar cadarços coloridos em meu All Star? Não seria eu um pulha ao passar a adolescência inteira assistindo futebol escondido para que meus amigos não soubessem que tinha este prazer fútil e vergonhoso para alguém que lia Nietzsche?
Desafio qualquer leitor a se declarar sem um gosto vergonhoso que seja. De fio terra, passando por funk carioca até pôsteres do Fiuk na parede.
Então, deixemos que sambem os roqueiros. Deixemos que batam cabeça as funkeiras (elas que já batem as bundas). E que em cada mansão ou barraco em que haja música tocando, haja alguém ouvindo. Talvez dançando. Pois, como dizia o tio Nietzsche: “E aqueles que dançavam foram julgados insanos por aqueles que não podiam ouvir a música”.
Ah, e falando em gostos vergonhosos aqui vão alguns meus: gosto da pop bandinha Garbage, odeio The Clash. Prefiro ler Cláudia e Nova a ler Men`s Health. Prefiro café preto beeeem forte a qualquer café com leite, capuccino ou semelhantes. Tirando uma ou outra música, acho Angra, Iron Maiden e Halloween chatos. É isso.

Algum gosto duvidoso que gostem de compartilhar? Alguma crítica ao texto? Comentem ali embaixo. Prometo que respondo, a menos que fique sem argumentos, hehe.

6 comentários:

Kelvim Vargas Inácio disse...

Grande texto, zé! Estava com saudade de fazer uns comentários no blog.
Eu, por exemplo, gosto de Bob Marley. Já havia lhe confessado isso uma vez, é verdade, mas depois que "cai na net", não tem mais volta...
Enfim, fico feliz pelo retorno!
Abraço!
http://arfh-arfh.blogspot.com

Ramom Martins disse...

É isso aí, zezito. Escreve tão bem como compoe musicas, hehehe.

Eu gosto de Laura Pausini.. bom, acho que isso não é novidade pra ninguem.

Marcio disse...

code pre!
eu quando crianca, ou um pre-pubere, escutei de tudo, desde axe bahia, tcham...
e tbm rocks, gracas optei pelo ultimo...nada de modinhas e enlatados como acontece hj.
Já te falei isso, mas tirando algumas musicas, não gosto de pink floyd...

Pit disse...

pow zézo, muito massa o post doido... e cara, meu gosto musical, acho que é o pior ou o mais mesclado... auehuaheuhaueh

meu negocio é o reggae, mas eu gosto de rock, as veses me pego ouvindo rap( Ai manooo firmeza?), e quando vejo ta tocando Adoniran Barbosa( Saudosa malocaa...)... mas graças a fabiano antunes rita, eu escuto MERDA, MUKEKA DI RATU( coisas que tu é bem preconceituoso..) ... mas ja ouvi muita merda nas antiga, era fissurado em PO BOX, gostava tanto de é o tchan! q festa de familia eu dançava junto com minhas prima( se sentia o jacaré neh) ah cara, tudo que foi de pop lixo na minha infancia eu gostava, as veses ainda ouço alguma coisa... auheuhaueha..

é isso ae.. fiz um post aqui neh
aeuhuaheuhaeuhauehuhae


Ve se posta no NOSSO la ta tmbm neh safado

abraço

Unknown disse...

Bah Toca-se num assunto interessante!

Certamente existe várias pessoas fazem isso!

Minha SongLine é composta de diversos estilos e cantores e compositores. Por exemplo Demônios da Garoa, Dazaranha, Cold Play(foda-se o hiran e sua história de que é som de viado) Malu Magalhaes Iron Maidem T-Bone. E não curto Metallica, só algumas músicas! Não ouço o EXTREME VIOLENT BRUTAL DEATH METAL mas já me disseram que deveria escutar! PQP

Mas é isso ai zé! Sai do armário!

E A receita eu já fiz algo parecido, é bom!

Ah Meu Time é Octa Campeão. e o seu? hahaha

Marco disse...

ahn... é!
hehe... realmente, todos tem seus podres musicais, se é que não é preconceito dizer isso hehe..
eu, por exemplo, gosto de ouvir e tocar uma música do Roberto Carlos, "eu vou voando pela vida sem poder paraaaaar!!" e mais algumas cocitas más hehe...

enfim, tinha pensado em criar uma religião voltada para o Rock n Roll, chamada "Igreja Pentatônica dos Deuses Inspiradores do Rock n Roll", para contrapor aquela música terrível que se houve sábados de manhã vindas dos nefastos alto-falantes da igreja matriz...

nessa Religião (ou seria Rockngião? - nao confundir a pronúncia com requeijão, por favor) to poderia ser o encarregado de receber as confissões. Pense a respeito hehe..

Grande texto,
Grande Abraço,

Marco.