sábado, 25 de dezembro de 2010

Let´s Rock




Meu amigo Fá ( http://twitter.com/#!/fa_trauma ) solicitou que eu fizesse a análise do disco Guilty Beat, da banda Ócio. Bueno.
Antes de tudo fui buscar algumas informações a respeito da banda. Os caras são capixabas, com exceção da baterista neozelandesa Jaana Mae. Os outros dois são o baixista Rod Larica ( que sobrenome, heim? ) e o guitarrista, vocalista e aparentemente cérebro do grupo (sem ofensa aos outros dois) Dan Furlan ( se esta impressão estiver errada, por favor, me corrijam).
O álbum é de uma simplicidade e beleza cativantes. Típico exemplo em que a técnica musical é, muito convenientemente neste caso, ofuscada pela criatividade e feeling musicais, o que, nas situações certas, é perfeitamente aceitável.
A loirinha Jaana canta com uma suavidade que passa a dose certa de calma em meio aos vocais nervosos de um dos dois vocalistas, sinceramente não sei se o baixista ou o guitarrista, mas que canta com a pegada de um Julian Casablanca.
A grande sacada, na verdade, é o clássico trio guita, baixo e batera. Os três tocando músicas concisas e diretas, sem floreios, só bom e velho rock. Alguma influência Grunge e de Indie rock são visíveis, mas sem que faça o som perder sua personalidade e originalidade.
Se precisasse destacar uma música destacaria “Overmotivated”, faixa 3 do álbum. Mas todas têm o mesmo nível de qualidade, pode confiar.
Resumindo, junkie rock pra se ouvir entornando uma bela cerveja bem gelada, sem compromisso. Vinte e poucos minutos de música boa.
Recomendo.

Segue abaixo o link dos caras no myspace:
http://www.myspace.com/ocioband
Cliquem e tirem suas próprias conclusões.
Hasta luego.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Roqueiros que sabem (ou tentam) sambar



Em meu último post neste blog (há mais de dois anos), discorri sobre como devemos ver a música sem preconceito, com o ouvido o mais imparcial possível, para que possamos apreciá-la em sua plenitude. Bueno.
Depois daquele texto algumas pessoas me abordaram contando suas “saídas do armário” musicais. Um admitiu que gostava de Exaltasamba e que se esbaldava num “pagodão”. Outro declarou-se um fã incondicional de Teodoro e Sampaio. Outro, Em um show com Os Chefes, reclamou que o repertório dos caras estava muito underground, cara este que era até uma referência, um espelho musical pra mim.
É lógico que o intuito principal do texto não era esse. É lógico que, admito, me decepcionei um pouco com esses camaradas que considerava a nata da “roqueirice” porra louca, alucinados de carteirinha. Mas, por que foi necessário que alguém se manifestasse primeiro para, só assim, os outros levantassem a bandeira do eu gosto e pronto?
Eu digo: a necessidade de ser aceito. Vivíamos num grupo fechado onde pagodeiro (leia-se PAGODEIRO!!!) era a pior ofensa que existia e Qualquer xingamento aos ícones do rock era uma blasfêmia (engraçado uma palavra que termina com fêmia – sei que é fêmea – ser visto como algo ruim, sei lá) punida com fogueira, maracujá Joinville e petelecos na orelha.
Às vezes é bom saber que não somos os únicos diferentes. Saber que temos defeitos, maluquices e gostos excêntricos, mas os outros também os têm. Alguns gostam de sexo com cabritos, outros de Cine. Sei lá. Mesmo internamente querendo matar esses coloridos, sei que devo respeitá-los. Não seria eu tão idiota quanto quando, na adolescência, rasgava um jeans recém comprado nos joelhos e considerava isso uma forma de rebeldia? Não seria eu o mais imbecil ao colocar cadarços coloridos em meu All Star? Não seria eu um pulha ao passar a adolescência inteira assistindo futebol escondido para que meus amigos não soubessem que tinha este prazer fútil e vergonhoso para alguém que lia Nietzsche?
Desafio qualquer leitor a se declarar sem um gosto vergonhoso que seja. De fio terra, passando por funk carioca até pôsteres do Fiuk na parede.
Então, deixemos que sambem os roqueiros. Deixemos que batam cabeça as funkeiras (elas que já batem as bundas). E que em cada mansão ou barraco em que haja música tocando, haja alguém ouvindo. Talvez dançando. Pois, como dizia o tio Nietzsche: “E aqueles que dançavam foram julgados insanos por aqueles que não podiam ouvir a música”.
Ah, e falando em gostos vergonhosos aqui vão alguns meus: gosto da pop bandinha Garbage, odeio The Clash. Prefiro ler Cláudia e Nova a ler Men`s Health. Prefiro café preto beeeem forte a qualquer café com leite, capuccino ou semelhantes. Tirando uma ou outra música, acho Angra, Iron Maiden e Halloween chatos. É isso.

Algum gosto duvidoso que gostem de compartilhar? Alguma crítica ao texto? Comentem ali embaixo. Prometo que respondo, a menos que fique sem argumentos, hehe.