terça-feira, 18 de novembro de 2008

Progresso?



Caros leitores, de LM News, desculpem a demora por uma nova postagem, mas é que um processo de mudança ocorreu em minha vida, emprego novo, casa nova, vida de semi-casado agora, enfim vida nova. Obrigado pela paciência. So, let's go.


Ironias da vida (grande frasezinha clichê!).
Quem me conhece sabe que sempre fui um crítico ferrenho de qualquer coisa “criada” pelo pop. Pois bem. Tem dois álbuns que venho ouvindo com muita freqüência hoje: o álbum homônimo da Mallu Magalhães e o King of Pop, do Michael Jackson.
Coisa não?
A esses dois fui obrigado a me render. Além do som folk (danem-se os que chamam de indie-rock) bem trabalhado que faz, a voz da Mallu é apaixonante. Sem contar as influências folk dela que coincidem com as minhas, como Dylan e os primeiros álbuns do Bowie. Além de ter sido muito bem recomendado por pessoas que manjam do assunto, como Marcelo Camelo. J1 pode ser meio manjada, mas é uma música quase perfeita. Sem exageros e sem faltas, como o resto do álbum.
E o Pack Man das criancinhas? O tio Jackson é outro produto do pop, mas não como essas merdas tipo Backstreet Boys e Five, ou mesmo essas apimentadinhas tipo Britney Spears e Pussycat Dolls. Não. O cara tem talento. Além da indiscutível precisão como dançarino, o cara canta muito e tem um instrumental muito bem trabalhado e agradável aos ouvidos. Black Or White dá uma energia fenomenal quando chega aos ouvidos. Sem contar as guitarras animais de Eddie Van Halen nas músicas do disco Thriller. Esqueçam as maluquices dele, concentrem-se nas músicas.
E são dois opostos. Mallu Magalhães iniciando a carreira, Michael com ela praticamente encerada. Ele com influências dance, ela folk e rock. Se bem que ele talvez gostasse dela se a conhecesse, pois tem apenas 16 aninhos.
Que ela continue assim e siga os passos de Joss Stone, que também começou com 16 aninhos e hoje, com 21, é esse fenômeno do Pop-jazz no mundo todo (e também canta muito).
E ele, bom, ele já fez o que tinha que fazer. Agora é só festa, processos e Neverland.

Agora, terminados os baba-ovismos, volto ao assunto.
O que faz uma pessoa musicalmente tão radical como eu era ouvir essas coisas hoje? Quatro ou cinco anos atrás eu jogaria um CD de qualquer um destes dois no lixo. Quebrados pra não cair em tentação. E o pior: nem os ouviria. Teria náuseas ao ouvir alguém falr de Coldplay.
Será que essa mudança se trata de uma evolução ou regressão? Uma transição antropofágica que nos leva a devorar cada vez mais novos artistas como pacotes de Doritos?
Esse novo leque musical que surge quando a mente se abre é uma coisa boa? Lembro de quando minha mãe ouvia Led Zeppelin e Pink Floyd. Hoje o que mais fica dentro do som dela é Bruno e Marrone e Victor e Léo. Será esse o meu destino também?
O engraçado é que me sinto cada vez mais bem resolvido musicalmente. Sei o que gosto de ouvir mas perdi o medo de ouvir coisas novas. Isso sei que é um ponto positivo.
Acho que uma cabeça aberta é um sinal de evolução mesmo. Então, que continue assim o meu processo de crescimento.

Ah, se alguém conhecer algo novo e que valha a pena escutar, pode recomendar. Tô ouvindo qualquer coisa.